sexta-feira, 12 de junho de 2015

Pagando o alto preço

 Por  Cleide Alencar

 

" ...Sabendo que não foi  mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados de vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como  de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo"( I Pe 1.18,19).

Era costume entre os homens açoitar os réus condenados à crucificação, isto eles fizeram com Jesus tão logo terminou a farsa do seu julgamento. Na verdade, o Senhor Jesus Cristo foi açoitado duas vezes. Esse castigo era inflingido com um açoite de tiras de couro, às quais eram  presas lâminas de metal ou de osso, para tornar maior o sofrimento.Para recebê-lo, a vítima era despida e amarrada a um poste. A intensidade da dor produzida era tão forte que muitos desmaiavam, e outros enlouqueciam. Depois de açoitado era o condenado conduzido ao local da execução, levando sobre os ombros a parte transversal da cruz (patibulum), cujo peso era de aproximadamente quarenta e cinco quilos. À sua frente ia um arauto com a acusação escrita do condenado. O percurso escolhido eram as ruas mais movimentadas, para a vituperação da vítima ser maior. Esse tratamento foi dado a Cristo.
Que sensação deve ter sentido Barrabás, o homicida e sedicioso,ao ver posta sobre Cristo a cruz que seria para ele! Literalmente, Jesus tomava a morte física a que ele fora condenado, o nome Barrabás significa" filho de um pai", como tal, Barrabás representa cada um de nós, pecadores. Por sua morte na cruz o Senhor Jesus sorveu o cálice reservado a cada um de nós.
 No local da execução era o condenado despido, deitado sobre a cruz e a ela amarrado ou pregado. No caso de Jesus, eles o pregaram ao madeiro. Isto em certos casos era feito para provocar a mais aguda dor. Os cravos eram metidos no pulso, na área chamada" espaço de destot" . O cravo aí metido atingia o nervo médio que comanda todos os nervos sensoriais da mão, e causava a mais violenta dor (Jo 20.25,27;Is 49.16).
Depois de pregadas as mãos, quatro homens levantavam a vítima, pendurando-a na parte vertical da cruz. Então, dobravam-se os joelhos e, segundo algumas autoridades, cruzavam-lhe os pés, pregando-os à cruz com um longo cravo, isto com uma ponta de madeira em que o corpo só apoiava, permitia a vítima erguer-se para expelir o ar dos pulmões e assim evitar a asfixia.
Além do sofrimento causado pelas feridas dos cravos e pela incômoda posição, tinha a vítima de suportar  violenta dor de cabeça que se como consequência da sobrecarga de sangue. A forte sede era ainda outro suplício.Não admira que os escritores contemporâneos refiram-se à morte de cruz como a mais dolorosa forma de execução.
Quão diferentes dos nossos, meus amigos, são os caminhos de Deus! Na humilhação estava a exaltação;na aparente derrota, a vitória porque o filho de Deus se esvaziou "assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homem e, reconhecido em figura humana, a si mesmo humilhou, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz. Pelo que Deus  o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo o nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo  o joelho, nos céus, na terra e debaixo da  terra, e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai" ( Fp 2.77-11).
 Que tremendo erro cometeram aqueles homens, julgando Jesus pela aparência!Não haverá perigo de incorrermos nós em erros semelhantes quanto ao povo e caminho de Deus hoje? Maior que o sofrimento físico, maior que o  sofrimento decorrente das afrontas dos homens era o que provinha da consciência da separação do Pai! Daí afirmar o autor sagrado: "por volta da hora nona clamou Jesus em voz alta dizendo:  Elí, Elí, lamá sabactani;que quer dizer: Deus meu, Deus meu por que me desamparaste?"
Em Cristo, como nosso substituto e penhor, foi posta a iniquidade de todos nós. Foi contado como transgressor, a fim de nos redimir da condenação da lei. A culpa de todo descendente de Adão pesava-lhe sobre a alma. A ira de Deus contra todo o pecado a terrível manifestação de seu desagrado por causa da iniquidade, encheram de consternação a alma do Filho. A salvação para o maior pecador fora o seu tema. Mas agora, com  o terrível peso das culpas que carrega , não pode ver a face reconciliadora do Pai.  Esse afastamento, numa hora de tão suprema angústia, penetrou no coração do Salvador como uma dor que nunca poderá ser bem compreendida pelo homem. Tão grande era essa agonia que ele mal sentia a dor física...
A morte de Jesus pelos pecados foi um ato voluntário de sua parte. Disse ele:" Eu dou a minha vida para reassumir. Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou ( Jo 17, 18). O Salvador não morreu porque o quisessem os maiorais do povo e o governo romano. Ele morreu porque nos amava.
Após um bombardeio de Liége, na Bélgica, turmas de salvamento trabalharam quatro dias e quatro noites para retirar as vítimas de sob os escombros. Quando parecia que todas haviam sido removidas, vivas ou mortas, ouviu-se um gemido de criança. Parecia ser impossível que um bebê pudesse ter sobrevivido ao frio daqueles quatro dias. Mas lá estava abrigada sob o corpo da mãe! Evidentemente, ao perceber o perigo, a amorosa e brava mãe curvara o corpo sobre a criança.Ela recebeu pleno impacto dos escombros que caíam. Admiramos tal rasco de amor. Mas, essa mãe morreu pelo próprio sangue, pelo filho que amava. Escreveu Paulo:"Mas Deus prova seu grande amor  para conosco, pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores" ( Rm 5.8).
Terá essa estupenda manifestação de amor sido em vão para você?
"Amor com amor se paga." Porque Cristo assim nos amou,devemos nós amá-lo com  amor supremo. Devemos servi-lo e viver para ele com fidelidade. "Ele morreu por todos- diz a Escritura - para que os que vivem não vivam mais para si mesmo, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou"( 2 Co 5.15).
Darás teu coração ao  Amigo Divino, agora mesmo?....

 
                     Cleide Alencar e membro da Assembleia de Deus em Macapá- AP.

Fonte: Jornal Mensageiro da Paz.

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