sexta-feira, 12 de junho de 2015

Pagando o alto preço

 Por  Cleide Alencar

 

" ...Sabendo que não foi  mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados de vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como  de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo"( I Pe 1.18,19).

Era costume entre os homens açoitar os réus condenados à crucificação, isto eles fizeram com Jesus tão logo terminou a farsa do seu julgamento. Na verdade, o Senhor Jesus Cristo foi açoitado duas vezes. Esse castigo era inflingido com um açoite de tiras de couro, às quais eram  presas lâminas de metal ou de osso, para tornar maior o sofrimento.Para recebê-lo, a vítima era despida e amarrada a um poste. A intensidade da dor produzida era tão forte que muitos desmaiavam, e outros enlouqueciam. Depois de açoitado era o condenado conduzido ao local da execução, levando sobre os ombros a parte transversal da cruz (patibulum), cujo peso era de aproximadamente quarenta e cinco quilos. À sua frente ia um arauto com a acusação escrita do condenado. O percurso escolhido eram as ruas mais movimentadas, para a vituperação da vítima ser maior. Esse tratamento foi dado a Cristo.
Que sensação deve ter sentido Barrabás, o homicida e sedicioso,ao ver posta sobre Cristo a cruz que seria para ele! Literalmente, Jesus tomava a morte física a que ele fora condenado, o nome Barrabás significa" filho de um pai", como tal, Barrabás representa cada um de nós, pecadores. Por sua morte na cruz o Senhor Jesus sorveu o cálice reservado a cada um de nós.
 No local da execução era o condenado despido, deitado sobre a cruz e a ela amarrado ou pregado. No caso de Jesus, eles o pregaram ao madeiro. Isto em certos casos era feito para provocar a mais aguda dor. Os cravos eram metidos no pulso, na área chamada" espaço de destot" . O cravo aí metido atingia o nervo médio que comanda todos os nervos sensoriais da mão, e causava a mais violenta dor (Jo 20.25,27;Is 49.16).
Depois de pregadas as mãos, quatro homens levantavam a vítima, pendurando-a na parte vertical da cruz. Então, dobravam-se os joelhos e, segundo algumas autoridades, cruzavam-lhe os pés, pregando-os à cruz com um longo cravo, isto com uma ponta de madeira em que o corpo só apoiava, permitia a vítima erguer-se para expelir o ar dos pulmões e assim evitar a asfixia.
Além do sofrimento causado pelas feridas dos cravos e pela incômoda posição, tinha a vítima de suportar  violenta dor de cabeça que se como consequência da sobrecarga de sangue. A forte sede era ainda outro suplício.Não admira que os escritores contemporâneos refiram-se à morte de cruz como a mais dolorosa forma de execução.
Quão diferentes dos nossos, meus amigos, são os caminhos de Deus! Na humilhação estava a exaltação;na aparente derrota, a vitória porque o filho de Deus se esvaziou "assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homem e, reconhecido em figura humana, a si mesmo humilhou, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz. Pelo que Deus  o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo o nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo  o joelho, nos céus, na terra e debaixo da  terra, e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai" ( Fp 2.77-11).
 Que tremendo erro cometeram aqueles homens, julgando Jesus pela aparência!Não haverá perigo de incorrermos nós em erros semelhantes quanto ao povo e caminho de Deus hoje? Maior que o sofrimento físico, maior que o  sofrimento decorrente das afrontas dos homens era o que provinha da consciência da separação do Pai! Daí afirmar o autor sagrado: "por volta da hora nona clamou Jesus em voz alta dizendo:  Elí, Elí, lamá sabactani;que quer dizer: Deus meu, Deus meu por que me desamparaste?"
Em Cristo, como nosso substituto e penhor, foi posta a iniquidade de todos nós. Foi contado como transgressor, a fim de nos redimir da condenação da lei. A culpa de todo descendente de Adão pesava-lhe sobre a alma. A ira de Deus contra todo o pecado a terrível manifestação de seu desagrado por causa da iniquidade, encheram de consternação a alma do Filho. A salvação para o maior pecador fora o seu tema. Mas agora, com  o terrível peso das culpas que carrega , não pode ver a face reconciliadora do Pai.  Esse afastamento, numa hora de tão suprema angústia, penetrou no coração do Salvador como uma dor que nunca poderá ser bem compreendida pelo homem. Tão grande era essa agonia que ele mal sentia a dor física...
A morte de Jesus pelos pecados foi um ato voluntário de sua parte. Disse ele:" Eu dou a minha vida para reassumir. Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou ( Jo 17, 18). O Salvador não morreu porque o quisessem os maiorais do povo e o governo romano. Ele morreu porque nos amava.
Após um bombardeio de Liége, na Bélgica, turmas de salvamento trabalharam quatro dias e quatro noites para retirar as vítimas de sob os escombros. Quando parecia que todas haviam sido removidas, vivas ou mortas, ouviu-se um gemido de criança. Parecia ser impossível que um bebê pudesse ter sobrevivido ao frio daqueles quatro dias. Mas lá estava abrigada sob o corpo da mãe! Evidentemente, ao perceber o perigo, a amorosa e brava mãe curvara o corpo sobre a criança.Ela recebeu pleno impacto dos escombros que caíam. Admiramos tal rasco de amor. Mas, essa mãe morreu pelo próprio sangue, pelo filho que amava. Escreveu Paulo:"Mas Deus prova seu grande amor  para conosco, pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores" ( Rm 5.8).
Terá essa estupenda manifestação de amor sido em vão para você?
"Amor com amor se paga." Porque Cristo assim nos amou,devemos nós amá-lo com  amor supremo. Devemos servi-lo e viver para ele com fidelidade. "Ele morreu por todos- diz a Escritura - para que os que vivem não vivam mais para si mesmo, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou"( 2 Co 5.15).
Darás teu coração ao  Amigo Divino, agora mesmo?....

 
                     Cleide Alencar e membro da Assembleia de Deus em Macapá- AP.

Fonte: Jornal Mensageiro da Paz.

Se o Crente não evangelizar

Valdir Bícego 



Se a ordem de Jesus para o crente pregar o evangelho não for cumprida,Deus poderá permitir-lhe circunstâncias adversas. Vejamos alguns exemplos:

1. O salmista
" Com o silêncio fiquei como mudo; calava-me mesmo acerca do bem;mas a minha dor se agravou" (Sl 39.2). Em que situação difícil Davi, o autor desse salmo, ficou! Idêntico fato também ocorreu com Jeremias ( Jr 20.6).

2.O irmão do filho pródigo
Quando o filho pródigo voltou para o lar paterno, houve grande alegria por parte de todos na casa de seu pai(Lc 15.24,25). Porém, o  irmão do pródigo não se interessou pelo bem - estar de seu irmão caçula, que havia voltado depois de longo tempo de ausência: ficou magoado, aborrecido( Lc 15.25,32). Os que não se interessam pelas almas perdidas estão fadados a chegarem à situação do irmão do filho pródigo.

3. O sacerdote e o levita
Algumas pessoas se desviam da sua obrigação, tal qual o levita e o sacerdote da parábola do  Bom Samaritano, que deixaram de usar de misericórdia com o homem caído na estrada ( Lc 10.31,32). " O que tapa seu ouvido ao clamor do pobre, também clamará e não será atendido"( Pv 21.13), pois,"Aquele que sabe fazer o bem e não faz comete pecado" (Tg 4.17).


4.Perseguições
Perseguições poderão vir quando deixamos de cumprir a ordem do Senhor para pregar. Jesus havia dito aos discípulos que, após receberem o batismo no Espírito Santo deveriam pregar tanto em Jerusalém como  também em toda a Judeia e Samaria e até os confins da terra"( At 1.8). Porém, depois de terem recebido a promessa, eles somente se ocuparam da cidade de Jerusalém, que encheu-se da doutrina (At 5.28). Enquanto isso,outros lugares esperaram pela Palavra. Então Deus permitiu uma perseguição que espalhou os discípulos, de modo que foram pregar em outras partes.( At. 8.14)

5.Provações
Deus também poderá permitir provações se a sua ordem não for atendida. Jonas recebeu a incumbência de pregar na cidade de Nínive ( Jn1.3). Quando Jonas estava no barco, um grande temporal se levantou e ameaçou o navio de naufragar.Somente depois que ele confessou ser a causa de tudo e, em consequência, foi lançado ao mar, é que a tormenta cessou.Deus providenciou um grande peixe que tragou o profeta, "... e esteve Jonas três dias e três noites nas entranhas do peixe" (Jn 1.17). Somente depois que orou e confessou sua falta é que Deus o tirou de tão incômoda e angustiosa situação( Jn2.1-10). Havendo novamente recebido ( Jn 3.1-3) a determinação de pregar em Nínive, agora obedeceu. Tudo poderia ter sido evitado se ele tivesse atendido, na primeira vez, a ordem do Senhor.

6. Outros meios
Se os crentes não pregarem Deus poderá usar outros meios para despertar os homens. Para Balaão, Deus usou uma jumenta que falou (Nm 22.22-30); para o carcereiro de Filipos, Deus usou um terremoto(At 16.26);para Pedro,um galo (Mt 26.74,75). Deus quer usar o se povo para pregar o evangelho, portanto, "tocai a trombeta na terra...(Jr 4.5)


                                  Valdir Bícego ( do livro Manual de Evangelismo , edições CPAD)

Fonte: Jornal Mensageiro da Paz - junho/1995 -página 18.

COOPERADORES DE DEUS

SAMUEL FERREIRA BRAGA
 

Na busca de respostas aos conflitos da vida Cristã,sempre fica uma interrogação: se é Cristo quem faz a obra, se eu uso seu nome para expulsar demônios, para orar pelos enfermos,se é Cristo, por exclusividade de sua graça, quem salva, por que em época de nosso viver o Senhor faz maravilhas e em outras não? Por que através de uma mensagem salva muitos pecadores e de outra não? Perguntei a um pastor e ele disse-me que a questão não era a mensagem nem o pregador,mas puramente a vontade de Deus.Então para que gastar tempo em oração e preparando mensagens, se disto não  depende a obra de Deus e não produz resultados espirituais?
Estudando a  Palavra de Deus e observando a vida dos grandes homens usados por ele, verificamos que nós fazemos parte de sua obra. Há coisas para nós fazermos e outras para Deus fazer.Ele poderia realizar sua obra redentora sem a participação do ser humano.No entanto,preferiu consumar a obra através de seu Filho e deixar que a igreja participasse do processo dos resultados da salvação de vidas.
Há três elementos participantes das causas espirituais: Deus, que possui o poder, a igreja que o proclama,e as pessoas que recebem pela fé.
Se a igreja não proclamar e os homens não crerem, eles não receberão as bênçãos divinas. Para a razão humana é difícil entender esta co- participação,mas esta é a lógica divina.Ele estabeleceu e concedeu este privilégio aos seres humanos; é preciso haver interação divina e humana na obra realizada aqui na terra. Na criação do mundo, a partir do nada, o Senhor Jeová agiu soberanamente com sua vontade e seu poder, mas na realização de seus feitos entre os homens, no mundo criado, ele decidiu contar com a nossa participação.É no mesmo tempo, um grande privilégio e uma grande responsabilidade.

EMPREENDIMENTO EM SOCIEDADE

Quando Deus repreendeu  Eli por causa da má conduta de seus filhos, ele disse;"Eu honrarei aos que me honram e os que me desprezam serão envilecidos", I Sm 2.30. Por este verso aprendemos que a honra que recebemos e os resultados obtidos na obra de Deus dependem da nossa dedicação a ele.Ele só fará alguma coisa através de nós à medida que nos dedicarmos a ele.Se dedicarmos nossa vida a Deus aumentando a comunhão com o Espírito Santo através da  oração e conhecimento de sua Palavra, então mais almas serão salvas, pessoas serão curadas, demônios serão expulsos, a fé será aumentada, o amor será maior, haverá abundância na obra de Deus. À medida em que diminuímos esta dedicação, também os resultados na vida pessoal e na obra de Deus decrescem.
Paulo expressou a mesma verdade, quando disse que somos "cooperadores de Deus"(1 Co 3.9). Cooperadores para realizarmos sua obra como seus sócios, em que ambas as partes defendem o êxito do trabalho.
Se uma delas for infiel, é óbvio que sempre será a humana, o trabalho fracassará. Porém Deus permanece fiel, e continuará realizando sua obra com outros "cooperadores". Ele exclui da sociedade os trabalhadores infiéis e admite outros para ocupar o lugar daqueles. O plano divino constitui-se num empreendimento que não sofre solução de continuidade.
Todo o êxito da obra depende, então do lado humano, e é proporcional à nossa afinidade com Deus, pois a atuação divina é perfeita.O problema, contrário  ao que havia dito o referido pastor, não é a vontade de Deus,mas nós e a forma pela qual realizamos a sua obra, pois a vontade de Deus é perfeita (Rm 12.2), ele deseja sempre salvar os perdidos, curar enfermos e dar boas dádivas às pessoas.Essas maravilhas e dádivas, porém, dependem da nossa dedicação e condição espiritual. Não que o nível de dedicação faça alguém merecedor, mas preparado para receber as manifestações e revelações divinas e, através destas, promover a glória de Deus. O fato de  não haver curas e crescimentos espiritual não pode ser simplesmente imputado à incredulidade e rebeldia das pessoas e à vontade divina, como se Deus fosse impotente ou estivesse desinteressado em fazer sua própria obra...É verdade que a Bíblia diz que "Jesus não fez muitas maravilhas em Cafarnaum por causa da incredulidade deles"(Mt 13.58), mas nem sempre Deus depende da fé do paciente, pois nos casos das ressurreições feitas por Jesus, o morto não tinha condição absoluta de demonstrar fé e, no entanto, isto não impediu de receberem o milagre ( Jo11.-44; Lc 7).
Outros chegam a atribuir o insucesso a algum membro da igreja, alegando terem algum pecado desconhecido ou escondido, a ponto de Deus estar punindo toda a comunidade. Tem como base a história de Acã, que por causa de seu pecado fez com que Israel perdesse a célebre batalha contra Ai ( Js 7.1-26).
É preciso não fazer doutrina baseada nas histórias bíblicas, principalmente do Velho Testamento, em que Deus punia toda a nação por causa do pecado de um só homem. Mais tarde, o próprio Deus disse: " a alma que pecar, esta morrerá", Ez 18.20. Aqui a punição é individualizada.
No Novo Testamento, o apóstolo Paulo declara que cada um dará conta de si mesmo a Deus (Rm 14.12). Ananias e Safira pecaram e só eles foram mortos( At 5.1-16), sem que recaísse culpa alguma sobre a igreja de Jerusalém. Seria incabível conceber a ideia de que uma pessoa peque numa comunidade é Deus deixe de abençoar a outra que não viu, não conhece e não participou do pecado dela.
A razão da falta da presença divina nos nossos cultos e o insucesso de muitas igrejas, obreiros e cristãos, em geral, é porque oram pouco, tem pouca fé, jejuam pouco,leem pouco a Palavra de Deus e quase não evangelizam. Em outras palavras cooperam pouco com Deus. Se quisermos Vê-lo realizando grandes coisas, precisamos rever a nossa postura e agir de acordo com a Sua vontade.



Samuel Ferreira Braga é presbítero na AD em Governador Valadares, MG ( pastor Salatiel Fidelis de Souza), bacharel em Teologia e estudante de Direito na FADIVALE.


FONTE:  Jornal Mensageiro da Paz - 18 de junho de 1995, página 18.


quinta-feira, 11 de junho de 2015

PROPORÇÕES DA VIDA ESPIRITUAL

 Estêvam Ângelo de Souza
 


Este tema julgamos ter base em trechos bíblicos de onde tomamos tomamos a água como símbolo da vida espiritual.Vejamos:

1.Água de um odre -
"Levantando-se, pois, Abraão,de madrugada, tomou pão e um odre de água, pô-los às costas de Agar, deu-lhe o menino o menino e o despediu.Ela saiu andando errante pelo deserto de Berseba.Tendo-se acabado a água do odre, colocou o menino debaixo  de um arbusto e, afastando-se, foi sentar-se defronte, à distância de um tiro de arco; porque dizia: Assim não verei morrer o menino".
Gn 21.14-6.



A água não é somente um fator de vida, mas também símbolo da verdadeira vida. Jesus falou de sua pessoa como a "fonte que jorra para a vida eterna" ( Jo 4.14). A água de um odre representa a vida espiritual insuficiente. Pode ser vista naqueles" que tem nome de que vivem , mas estão mortos"( Ap. 3.1).
Pode ser o cristão representado pela semente que "caiu em solo rochoso", onde a terra era pouca e logo nasceu.Saindo porém  o sol a queimou: e porque não tinha raiz secou-se"( Mt 13.5,6). São os cristãos que não têm vida suficiente nem mesmo para si, o mundo imoral em que vivemos é um deserto abrasador, onde a alma não sobrevive se depender da água de um odre.Há uma fonte inesgotável, mas muitos não se aproximam dela. Neles se cumpre o que Jesus disse aos judeus:"Vós não quereis vir a mim para terdes vida". Jo 5.40.

2.Água de um poço -
Abrindo -lhe  Deus  os olhos viu ela um poço de água e, indo a ele, encheu de água o odre e deu de beber ao rapaz" (Gn 21.19).
 Certamente Agar e Ismael poderiam viver ali muito tempo  ou  a vida inteira, bebendo água daquele poço.Entretanto, a água de um poço, especialmente na dimensão dos poços daquela época, não é suficiente fator de prosperidade.Pode representar o crente que permanece na fé,mas vive só para si e nada tem a comunicar aos outros no seu meio ambiente, Pode mesmo estar no grupo dos que não contribuem para que o avivamento aconteça.
É triste e lamentável que haja tantos cristãos que nada estão fazendo pela expansão do Reino de Deus.Vivem da água do poço que não jorra e, portanto não fertiliza ao longe e não produz riqueza na sua região.

3.Água de um rio a jorrar - 

" No último dia, o grande dia da festa, levantou-se Jesus e exclamou: Se alguém tem sede venha a mim e beba.Quem crê em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva.Isto ele disse  com respeito ao Espírito Santo que haveriam de receber os que nele cressem, pois o Espírito até esse momento não fora dado porque Jesus não havia sido ainda glorificado", ( João 7.37-39).



Aqui estão rios de água viva. Rios que fluem do interior dos cristãos que creem em Jesus, como diz a Escritura,que são cheios  do Espírito Santo.A Esses se pode aplicar as palavras de  Paulo: " Pobres, mas enriquecendo a muitos", 2Co 6.10. Analisemos alguns detalhes do  apelo de Jesus:
a."No último dia" -
A festa dos tabernáculos era uma das festas nacionais de Israel e durava uma semana.Os judeus dispersos por várias nações vinham de longe para  estas festas. Alguns vinham movidos por interesses diversos, outros no entanto vinham atraídos pela sede de coisas espirituais e eternas.Esses chegavam no último dia da festa e ainda estavam com sede. A alma sincera "tem sede do Deus vivo" (Sl 42. 1,2). Por isso  Jesus se manifestou no último dia, como a dizer: "Vocês ainda estão com sede, mas só voltarão com sede se quiserem" .

b. "Levantou-se Jesus"-
Ele queria que todos prestassem a devida atenção.Ele iria falar de um assunto da maior importância: sim  do que seria a maior necessidade deles no momento.Alguns, certamente, não teriam outra oportunidade.Decerto falou em voz alta, e em pé, querendo que atentassem para aquelas verdades que talvez nunca mais ouviriam. Uma oportunidade que poderia ser a última.
c." Se alguém tem sede , venha a mim e beba" -
 O "Se" usado por Jesus indica que o homem é livre para aceitar ou rejeitar. Jesus oferece o que é da maior importância. Ele disse: "Eu vim para que tenham vida e a tenham com  abundância", Jo 10.10.

d."Quem crê em mim como diz a Escritura"-
Não há proveito em crer em Jesus como dizem certos teólogos, especialmente os teólogos sem o THEOS.Jesus disse: "Examinai as Escrituras...São elas que testificam de mim", Jo 5.39.
Segundo diversos teólogos da atualidade, Deus tem pouco pra dar aos seus filhos. Grandes bênçãos das Escrituras são para eles coisas pretéritas.Aconteceram,não mais se repetem.Como diz a Escritura, "um homem  em Cristo pode ver coisas tão maravilhosas e ouvir palavras inefáveis as quais não é lícito ao homem referir" (2 Co 12.2-4)

e."Do seu interior fluirão rios de água viva" -
"Isto disse ele com  respeito ao Espírito que haviam de receber, os que nele cressem". Não há quem possa calcular a diferença entre a fartura da água desses rios e a água de um odre ou mesmo de um poço.Estes rios não somente fartam por tempos indefinidos a quantos têm sede, mas também produzem riquezas e abundâncias ao longo de seus leitos por onde quer que passem.
Com isto Jesus ensinou a grande diferença entre um simples religioso (mesmo em festa), e um cristão cheio do Espírito Santo. Este, sim, tem  a vida com abundância para si e para comunicar a quantos encontre em seu caminho.
Dos primitivos cristãos está escrito que encheram Jerusalém da doutrina, mas também está dito que em todos havia abundante graça ( Atos 5.28;4.33).
Qual é a proporção da sua vida espiritual?Qual é o seu reservatório,meu irmão? Um odre? Um poço? Ou um rio? Você pode ter um rio a fluir do seu interior.


*Estevam Ângelo de Souza  foi líder da Assembleia de Deus em São Luís e presidente da Convenção Maranhense.

Estudo extraído do Mensageiro da Paz- junho/1995 p.17.



domingo, 7 de junho de 2015

DEUS, O SER SUPREMO POR EXCELÊNCIA






TEXTO  BÍBLICO BÁSICO:


SALMOS 33.1-12

o júbilo do crente na contemplação das obras de Deus 

1 Regozijai-vos no Senhor, vós justos, pois aos retos fica bem o louvor.

2 Louvai ao Senhor com harpa, cantai-lhe louvores com saltério de dez cordas.

3 Cantai-lhe um cântico novo; tocai bem e com júbilo.

4 Porque a palavra do Senhor é reta; e todas as suas obras são feitas com fidelidade.

5 Ele ama a retidão e a justiça; a terra está cheia da benignidade do Senhor.

6 Pela palavra do Senhor foram feitos os céus, e todo o exército deles pelo sopro da sua boca.

7 Ele ajunta as águas do mar como num montão; põe em tesouros os abismos.

8 Tema ao Senhor a terra toda; temam-no todos os moradores do mundo.

9 Pois ele falou, e tudo se fez; ele mandou, e logo tudo apareceu.

10 O Senhor desfaz o conselho das nações, anula os intentos dos povos.

11 O conselho do Senhor permanece para sempre, e os intentos do seu coração por todas as gerações.

12 Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor, o povo que ele escolheu para sua herança.


Ponto de Contato

As Escrituras Sagradas afirmam que  a natureza de Deus não pode ser  plenamente conhecida pela criatura( (Êx 33.20; Jó 11. 7; Is 40.28;Jo 1.18; 1 Tm 6.16; 1 Jo 3.2). No entanto, Deus se auto revelou por meio  da criação- Revelação Geral (Sl 8;19;148 ;Rm 1.19-21;;2.25,16);através do Verbo Encarnado (Jo 1.1,14,17,18;14.8,9;Hb 1.1-3) pelas Escrituras  - Revelação Especial- (2 Tm 3.16;Sl119.33-40).
A natureza e o caráter de Deus foram manifestados através do seus nomes e atributos. Os nomes de Deus revelam a sua natureza singular, enquanto os seus atributos, o seu caráter santíssimo (Gn 22.14;Êx 15.26; Sl139).
Quanto à natureza de Deus, a Bíblia afirma que o Senhor é "Espírito" ( Jo 4.24; 2 Co 3.17; Is 31.1). Sendo Deus espírito, dotado de todos os atributos pessoais, a Bíblia afirma que Ele: não é homem(Nm 23.19;Os 11.7; Ml 3.6;Dt 4.1); não possui "carne  e ossos" (Lc 24. 39;Nm 23.19; Os 11.9; Jo 5.37); e, que  sua sublime glória é inacessível e insondável( 1 Tm 6.16; Cl 1.15;Jo 1.18; 1 Jo3.2). No entanto, podemos: conhecê-lo( Os 6.3); amá-lo (Lc 10.27); adorá-lo e servi-lo (Mt 4.10; Jo 4.24).

Na Cultura hebraica, o nome revelava o caráter de quem o possuía, isto é, sua natureza íntima (1 Sm 25.25;Gn 25.26; 32.28; 35.10).Da mesma forma, os nomes de Deus encontrados nas Escrituras, confirmam seus atributos e sua natureza gloriosa.


QUEM É DEUS

No Salmo 33, que nos serve de Texto Bíblico Básico, o escritor sagrado discorre de um modo maravilhoso  sobre os atributos e as obras de Deus.Utilizando-se de uma poesia elevadíssima, sintetiza um conhecimento essencial sobre o Todo-poderoso; um conhecimento, aliás que nos obrigaria a despender milhares de páginas.No entanto, o autor sagrado declara, em poucas sentenças, o que Deus é, o que Ele fez e o que continua a fazer.

( o Texto tem continuação)











quarta-feira, 3 de junho de 2015

Jesus, O Filho de Deus










Texto Básico do Estudo:
Hebreus 1.1-8

1 Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas,

2 nestes últimos dias a nós nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, e por quem fez também o mundo;

3 sendo ele o resplendor da sua glória e a expressa imagem do seu Ser, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo ele mesmo feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade nas alturas,

4 feito tanto mais excelente do que os anjos, quanto herdou mais excelente nome do que eles.

5 Pois a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei Pai, e ele me será Filho?

6 E outra vez, ao introduzir no mundo o primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem.

7 Ora, quanto aos anjos, diz: Quem de seus anjos faz ventos, e de seus ministros labaredas de fogo.

8 Mas do Filho diz: O teu trono, ó Deus, subsiste pelos séculos dos séculos, e cetro de equidade é o cetro do teu reino.


Ponto de Contato:

Os nomes e títulos de Cristo expressam diversas características de sua pessoa, estados e obras.Assim como Deus revelou-se no  Antigo Testamento através de vários nomes que lhe descreviam a natureza e ações, os nomes de Cristo também revelam a identidade e a missão de Jesus.
Os nomes e títulos concedidos pelas Escrituras ao Senhor Jesus revelam sua natureza, ministério e ofícios.Os títulos de Cristo são tão importantes para compreendermos a sua natureza e ministério que Oscar Cullmann (1902-1999), teólogo franco- alemão, utilizou-os como método de pesquisa ao desenvolver o ema da Cristologia em o Novo Testamento.
 Os títulos e ofícios de Jesus revelam-lhe o messianato ( profeta,Cristo), a divindade ( Filho de Deus, Eu Sou), a humanidade( Filho de José), e sua ascendência real( Filho de Davi). Muitos desses títulos aparecem combinados, como por exemplo, Filho do Homem.Este pode designar tanto a humanidade de Jesus quanto a sua divindade (Jo 6.62)


JESUS, O FILHO DE DEUS

Filho gerado por Deus ( v.5).

"Tu és meu Filho, hoje te gerei (...)" eu lhe serei por Pai, ele me será por Filho".Temos aqui um a profecia messiânica cumprida cabalmente em Jesus (  At 13.33;Sl 2.7; Hb 5.5 ;2 Sm 7.14).

A expressão "Filho de Deus" nas Escrituras, indica claramente a natureza divina de Jesus.Sua procedência revela que ele compartilha a mesma essência e natureza do Pai. O Mestre mesmo disse: "saí e vim do Pai ao mundo"(Jo 16.28).

Filho desde a eternidade (v.2.). 

O ensino de que o Verbo tornou-se Filho a partir da sua encarnação não tem apoio entre os teólogos realmente bíblicos, piedosos e conservadores.O Filho de Deus é eterno, sempre existiu;Ele é o Pai da Eternidade.Ele já era chamado Filho mesmo antes da sua encarnação, como vemos em  I João 4.9:"Deus enviou seu filho unigênito ao mundo, para que por ele vivamos".

O Filho é Deus( v.8).
 O termo "Deus", no versículo oito, é uma referência ao Deus de Israel (Sl 45.6,7) No Salmo  45.7 há duas menções proféticas de Deus.A primeira,"por isso, Deus", é uma referência a Cristo. A segunda, "o teu Deus" é uma alusão a Deus o Pai Eterno(Hb 1.8,9).
A relação de Jesus com o Pai revela sua deidade ( Jo 10. 30-36). Portanto, é uma heresia e blasfêmia  afirmar que Jesus é o Filho de Deus, mas que não é Deus.

*Filho de Deus" indica tanto a origem divina de Jesus quanto a sua deidade. 

  NOMES E TÍTULOS DE CRISTO

 DIVINDADE                               
 Filho de Deus   ( Mt. 8.29)       
                               
Alfa e o Ômega   (Ap 1.8)    
                                      
Verbo de Deus    (Jo 6.42)   
                                       
Senhor    (Jo 13.13)  
                                      
Eu Sou    (Jo 8.58) 
                                          
Todo- Poderoso      (Ap 1.8)       
                                   

 HUMANIDADE
                              
  Nazareno      ( Mt. 8.29) 
                                      
 Carpinteiro    (Mc 6.3)  
                                          
 Filho do Homem    (Mt 3.23) 
                                          
 Filho de José  (Jo 6.42)  
                                   
 Filho de Davi   (Mt 1.1)

 Jesus de Nazaré (Jo 1.45)


  OFÍCIOS

 Profeta (Jo 7.40)

 Sacerdote (Hb 5.10)

  Rei (Mc 15.9

 Apóstolo (Hb 3.1)



JESUS, O FILHO UNIGÊNITO DE DEUS

Origem  e significado do termo "Unigênito".
o termo aparece cinco vezes nos escritos de João, todas relacionadas a Jesus ( Jo 1,14.18;3.16,18; I Jo 4.9). isso  revela claramente sua divindade.
"Unigênito", na Bíblia, conduz a ideia de natureza, caráter, tipo, e não de geração. Jesus é o "unigênito do Pai" no sentido do seu relacionamento exclusivo com Ele.Cristo não foi criado por Deus, Ele preexiste eternamente, por isso  é chamado de Pai da Eternidade ( Is 9.6).

O Filho é superior aos anjos (v.4.). 
Os anjos são criaturas espirituais, mas limitadas.Eles estiveram presentes no ministério terreno  de Jesus como afirma o apóstolo Paulo: foi "visto dos anjos" (I Tm 3.16). Aliás, Jesus é adorado pelos próprios anjos: " E todos os anjos de Deus o adorem" (Hb 1.6).

* O Filho Unigênito" não reflete a ideia de nascimento, mas de natureza, caráter e tipo.                    

JESUS, O PRIMOGÊNITO DE TODA A CRIAÇÃO

A expressa imagem de Deus (1.3).
Cristo é "a imagem do Deus invisível"(Cl 1.15). Essa expressão confirma a divindade de Jesus. A palavra original para  " imagem" comunica dois conceitos  importantes: aparência e manifestação; ambos relacionados a Cristo e à sua obra. Ele "é a expressa imagem  de Deus" e também a sua manifestação ( Jo 1.18). É o que ensina a Bíblia em I Timóteo 3.16: " Aquele que se manifestou em  carne foi justificado em espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo e recebido acima, na glória".

O conceito bíblico de "primogênito" (1.6).

O termo "primogênito", aplicado a Cristo, não contradiz a sua eternidade. A Palavra de Deus declara, em muitos textos, que o Filho é eterno (Is 9.6; Mq 5.2; Hb 13.8; Jo 1.3). Na Bíblia, o  vocábulo original  para "primogênito", além do sentido natural e humano de "filho mais velho", abrange também o significado de primazia, preeminência, supremacia, predomínio, autoridade total.Apesar de Davi ser o filho mais novo de Jessé (I Sm 16.11), foi chamado de "primogênito" ( Sl 89.20,27). O mesmo aconteceu com Efraim.Era este o filho mais novo de José (Gn 48.18,19), mas fora apresentado como primogênito ( Jr 31.9). A Igreja de Jesus Cristo também é chamada de " primogênitos" ( Hb 12.23).

As escrituras, em colossenses 1.15-18, apresenta-nos Jesus como " o primogênito de toda a criação". Isso não quer dizer  que Ele seja a primeira criatura de Deus, pois nos versículos 16 e 17,o filho é apresentado como criador e, também, como um ser  à parte da criação.Portanto, como "primogênito"  tem a ver com posição, e não  com criação. A Palavra de Deus é taxativa ao concluir esse ponto:" para quem em tudo tenha a preeminência" ( Cl 1.18).


*  Primogênito não significa" o primeiro criado", mas " primeiro em categoria".


   OS FILHOS DE DEUS 

Na época da lei.

 O conceito de filhos de Deus  no Antigo Testamento, concernentes a Israel, denota relacionamento com Deus mediante uma aliança ou concerto coletivo ( Os 1.11). O hebreu devoto naquela época não se apresentava individualmente como filho de Deus. Os judeus não ousam chamar Deus de Pai, embora no Antigo Testamento apresente-o como Pai de Israel ( Êx 4.22, Jr 31.9)

Na época da graça   

Em o Novo Testamento, a filiação espiritual do crente com Deus ocorre por adoção. Não no sentido jurídico e moderno, mas na acepção bíblica e espiritual. Por isso clamamos a Deus "Aba, Pai" (Rm 8.15). Essa filiação não é coletiva como a de Israel no Antigo Testamento; é individual. A expressão "Filho de Deus", aplicada a Cristo, tem sentido bem diferente quando aplicada a nós. Deus nos concedeu a posição de filhos pelos méritos da obra redentora de Cristo:" Afim de recebermos a adoção de filhos. E por que sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho ,que clama: "Aba, Pai" (Gl 4.5,6).

* Jesus Cristo  é o verdadeiro Filho de Deus e, por  meio dEle, o cristão pode clamar:'Aba, Pai" ( Rm 8.15)


 CONCLUSÃO

A  posição singular de Jesus como Filho, Primogênito e Unigênito aponta para sua divindade. O sentido de "Filho" e de "Primogênito" não deve ser entendido pela perspectiva meramente humana. Estudemos esses termos teológicos com muito esmero, a fim de compreendermos sua verdadeira significação pois ajudar-nos-á a desfazer a visão distorcida dos muitos grupos religiosos não-cristãos.




Fonte:

 Revista Lições Bíblicas - Jovens e Adultos
 1º Trimestre  de 2008
Lição 2
Tema: Jesus Cristo: verdadeiro homem , verdadeiro Deus
Comentador: Esequias Soares
Consultor Dourinário:  Antônio Gilberto
Editora: CPAD -  Rio de Janeiro - 2008

Adaptações necessárias: Professor Telmo Carlos de Oliveira